segunda-feira, 30 de abril de 2012

"Foi bobeira nossa", diz baixista do James sobre 30 anos que levou para vir ao Brasil; banda toca hoje em SP




"Não sei porque demoramos tanto para tocar no Brasil, foi uma bobeira nossa". As palavras de Jim Glennie, baixista da banda James, demonstram mais do que a vontade de estar à frente de uma plateia brasileira. O músico lamenta uma série de atitudes que o grupo tomou ao longo de seus 30 anos de estrada. "O egoísmo e o desgaste entre nós impediram que aproveitássemos o carinho dos fãs que nos pediam para tocar no Brasil", ele contou por telefone ao UOL.
 
O tempo perdido será revertido nesta segunda-feira (30), quando o James fará um único show em São Paulo, no Cine Joia, a partir das 23h. Sobreviventes de um transatlântico pop britânico que navegou com bandas pós-punk importantes dos anos 1980, como The Cure e Echo and the Bunnymen, o James vendeu 25 milhões de discos nos anos 1990 mas, aos poucos, foi sumindo do mapa.
 
O James entrou em hiato entre 2001 e 2007, tempo suficiente para que os integrantes sentissem as mudanças --muito mais pessoais do que musicais. "Somos pessoas melhores agora. Deixamos para trás muitos problemas que nos impediam de aproveitar o James e curtir a posição extremamente privilegiada em que estamos", avalia Jim. 
 
Para ele, aprender a curtir a banda foi uma lição muito importante. "Somos sortudos por fazer o que fazemos, e por tanto tempo. Foi uma besteira deixar as relações interferirem nisso. Às vezes você só precisa de um tempo das coisas que você gosta para poder apreciá-las de verdade. Você não dá valor a uma coisa, até que ela é tirada de você", teoriza.
 
A formação que vem ao Brasil não é a original, aquela com quatro integrantes do começo da década de 1980, mas são as mesmas pessoas que gravaram os discos "Gold Mother" (1990) e "Seven" (1992). Além de Jim, estarão no palco o peculiar vocalista Tim Booth (que foi expulso da banda no início dos anos 2000, mas reconciliou-se anos depois), o guitarrista e violinista Saul Davies, o tecladista Mark Hunter, o baterista David Baynton-Power e, de volta à banda, o guitarrista Larry Gott e o trompetista Andy Diagram. "É a nossa formação mais forte", considera Jim. 
 
No Brasil, o disco mais conhecido do James é provavelmente "Laid", lançado em 1993 com produção de Brian Eno e que impulsionou a faixa-título como um dos maiores hits da banda. Mas nem por isso ela deve entrar no repertório do show de hoje. "Temos uma lista de 50 músicas que escolhemos para tocar em cada show. Então não tocamos sempre o que todo mundo quer ouvir o tempo todo, não é hit atrás de hit, nós misturamos", adianta o baixista.
 
Por isso o show de São Paulo terá muitas canções grandes, revela Jim, mas também faixas dos primeiros álbuns. "Não gostamos de ter obrigação de tocar uma música", ele diz, mas sem negar que os fãs possam esperar por "Sit Down", "Say Something", "Out to Get You", "P.S." e "Five-O".

Há 30 anos na entrada e com os integrantes na casa dos 50, Jim conta que a vida rock and roll foi ficando para trás com o tempo. "A atmosfera da turnê é muito diferente agora. A maioria de nós tem famílias e crianças pequenas, então não é aquela coisa de ficar acordado até tarde bebendo. É mais cuidar de nós mesmos, manter nossa sanidade e tentar ser feliz e aproveitar".
 
Em 2010 a banda lançou dois mini-álbuns, intitulados "The Night Before" e "The Morning After". Agora, o James trabalha no box "The Gathering Sound", previsto para sair no dia 6 de julho. "Temos muitos problemas com esse box [risos]. Basicamente está num pen drive, com todos os álbuns. Gastamos muito tempo tentando resolver como isso será lançado ou quando, é um pesadelo", conta Jim. 
 
Para ele, o box não deve atrair novos fãs porque "custa muito dinheiro". "O lado bom é que tudo vai estar num pen drive, então será bem fácil fazer cópias, como eu sei que as pessoas fazem, e muito desse material será compartilhado. Esta é uma das maneiras boas que a indústria mudou. Sim, as vendas de CDs caíram, o que não é bom, mas a propagação da música ficou muito mais fácil. As pessoas se conectam com o público de uma maneira muito mais direta", ele diz.
 
No segundo semestre, o James começa a compor um novo álbum. "Não queremos ser apenas uma banda que toca os grandes hits e as músicas antigas que todo mundo sabe. É muito importante para nós que o novo material entre no repertório. Espero que, dedos cruzados, o novo disco saia no ano que vem. Mas como o álbum será, como vai soar, e como iremos distribui-los para o mundo... essa é uma questão que ainda temos que pensar".
 
JAMES EM SÃO PAULO
 
Quando: hoje, dia 30/04; abertura da casa às 22h; show às 23h30
Onde: Cine Joia (Praça Carlos Gomes, 82, Liberdade)
Quanto: R$ 120 (inteira)
Ingressos: bilheteria do Cine Joia
Informações: 0/xx/11/3231-3705


Teve Isso! Gandulas ligeirinhos brilham em rodada decisiva









Os Estaduais estão chegando ao fim, e o "Teve Isso!" se despede de sua primeira temporada nesta segunda-feira. E mais uma vez, os gandulas tiveram destaque em jogos no Rio de Janeiro, Porto Alegre e até em Bragança Paulista. Nem sempre a função de recolocar a bola em campo é bem recebida pelos boleiros. Mas o fim de semana também teve homenagem de Neymar, golaço antes do apagão em Colatina e torcida apaixonada lotando estádio em Belém. Confira, e até a segunda temporada, quando a bola estiver rolando pelas divisões do Brasileirão!

A rodada deste fim de semana mais uma vez teve gandulas roubando a cena. Desta vez sem entrar em campo para evitar gols, como outrora no Sergipano. Mas agindo rápido para recolocar a bola em campo nas finais do Carioca e do Gauchão. No Engenhão, Fernanda Maia, que há três dos seus 23 anos vem se dedicando à função de devolver a bola aos gramados, virou musa botafoguense aoparticipar do primeiro gol do clube nos 3 a 1 sobre o Vasco (assista ao vídeo). Alvinegra de carteirinha, ela participou da volta olímpica e, ao pé do ouvido do camisa 7 Maicosuel, disse "eu te amo" e pediu uma lembrança. Ganhou uma munhequeira, mas evitou abrir seu coração alvinegro.
- Pode ser Botafogo, Vasco , Flamengo ou Fluminense... Eu sou sempre ligeirinha. O mérito é daquele cara ali. Foi o Maicosuel que cobrou rápido. Podem pegar os VTs dos jogos, eu sempre faço isso – justificou Fernanda Maia, que trabalhou neste domingo com as unhas pintadas de preto e branco.
No Beira-Rio, o gandula ligeirinho não teve o mesmo tratamento carinhoso dispensado por Maicosuel. Pelo contrário, acabou se envolvendo em confusão daquelas com o técnico do Grêmio, Vanderlei Luxemburgo, na derrota por 2 a 1 para o Inter. João Pedro Teixeira, de 26 anos, foi questionado pelo treinador tricolorao recolocar a bola rapidamente para que Dátolo cobrasse imediatamente o corner. Luxa foi cobrar do gandula, e após confusão generalizada, acabou sendo expulso (assista ao vídeo). Teixeira, porém, negou que tivesse sido agredido.
- Ele tentou pegar meu pescoço. Não conseguiu. Não tocou em mim. Não lembro de ter tocado. Ninguém me tocou. Agora, se ele quiser, meu pescoço está aqui esperando ele. Não gosto de briga, mas se ele quiser, estou na minha, tranquilo – contou João Pedro, gandula há sete anos no Beira-Rio.
Clemer aprovou a atuação do gandula, que virou personagem do clássico:
- Tira a foto que ele merece - disse o atual técnico do sub-17 do Inter.
No sábado, a gandula até que foi rápida na devolução, mas pecou pelo excesso de zelo. Na semifinal entre Bragantino e Mirassol, vencida nos pênaltis pela equipe de Bragança Paulista após empate por 1 a 1, uma das estudantes de Educação Física que prestavam serviço na partida, recolocou uma bola em campo, mas sem perceber que a outra que estava em jogo ainda não tinha saído. Acabou levando uma bronca da chefe no intervalo.
Na sequência, em outro lance da mesma partida, o goleiro Fernando Leal, do Mirassol, se distraiu e deu uma trombada na trave, mas sem sofrer lesões mais graves que o pequeno mico diante dos colegas (assista ao vídeos com os dois lances).
O primeiro duelo das finais do Campeonato Capixaba teve de quase tudo: o jogo foi interrompido no sábado por causa de um apagão e teve que continuar no domingo, quando foi confirmada avitória do Conilon por 2 a 1 sobre o Aracruz, em Colatina. Mas apesar do incidente, o que marcou mesmo o jogo foi o golaço marcado pelo atacante Edu. Em um passe preciso do volante Bruno Mineiro, o jogador recebeu na pequena área, deu um lençol no zagueiro Ney e bateu forte para fazer o primeiro da decisão. Um golaço (assista ao vídeo)!
Antes da bola rolar, um fato curioso. O artilheiro da competição, Paulinho Pimentel, subiu para o o gramado com a camisa 20, diferente do habitual 9, usado em toda a competição. De acordo com a reportagem da TV GAZETA, a camisa 9 ficou em Jaguaré e o jogador foi para campo com a numeração alternativa.
O 'moleque atrevido' Neymar continua aprontando das suas. Todos já sabem que ele marcou os três gols da vitória por 3 a 1 sobre o São Paulo; que ele pediu música pelo feito no 'Fantástico'.
Mas ao marcar o segundo gol, aos 31 minutos do primeiro tempo, ele chegou ao seu 102º gol, ultrapassando a marca de Juary, atacante santista dos anos 70 e 80. Na comemoração, nem todos repararam, mas Neymar mostrou que sabe das coisas e usou a coreografia que o jogador fazia no passado. Uma homenagem de quem está escrevendo a nova história do clube.
Precisando ser campeão paraense para não ver o ano acabar antes mesmo que o primeiro semestre, o Remo está no caminho certo. Neste domingo, derrotou o Águia de Marabá por 2 a 0 e conquistou o segundo turno da competição. Mas o que mais chamou a atenção no jogo, fora a coreografia do primeiro gol no banco colocado para cinegrafistas e fotógrafos, foi a presença da apaixonada torcida remista, motivada pelo ingresso promocional a dez reais. No total, foram 40.139 espectadores (sendo 36.809 pagantes).
Neste fim de semana, quatro times comemoraram em grande estilo o acesso para a Série A1 do Paulistão em 2013. Atlético Sorocaba, Penapolense, São Bernardo e União Barbarense estarão na elite do futebol paulista do ano que vem. Na volta, o time de Penápolis, que vai estrear na Primeirona, viajou a madrugada de busão e, quando chegou em casa, foi recebido com uma carreata ainda na estrada.




terça-feira, 17 de abril de 2012

Madonna vem ao Brasil em dezembro para três shows; ingressos chegam a R$ 850






A nova turnê de Madonna vai passar pelo Brasil em dezembro. Três datas estão confirmadas: dia 1º no Rio de Janeiro, no Parque dos Atletas; dia 4 em São Paulo, no Estádio do Morumbi; e dia 9 em Porto Alegre, no Estádio Olímpico.

Em entrevista realizada simultaneamente com jornalistas de São Paulo e Porto Alegre, nesta segunda-feira (16), o presidente da Time For Fun, Fernando Alterio, empresa responsável por trazer à cantora ao Brasil, disse que existe a possibilidade de shows extras. Tudo vai depender, segundo ele, do desempenho da vendas para as apresentações já confirmadas.
No Rio os ingressos começam a ser vendidos no dia 4 de maio e custam R$ 200 (setor laranja), R$ 360 (pista) e R$ 850 (pista premium) --há meia-entrada para todos os setores.
Em São Paulo, as entradas estarão à venda a partir de 25 de abril por R$ 170 (arquibancada laranja), R$ 280 (arquibancadas azul e vermelha), R$ 300 (arquibancada especial), R$ 360 (pista), R$ 460 (inferior A e B), R$ 500 (superiores 1, 2, 3 e 4) e R$ 850 (pista premium) --há meia-entrada para todos os setores.
Em Porto Alegre as vendas começam no dia 25 de abril e os ingressos saem por R$ 120 (arquibancada lateral), R$ 300 (arquibancada), R$ 360 (pista), R$ 550 (cadeira superior) e 800 (pista premium).

As vendas serão feitas pelo site a partir da meia-noite. Pelo telefone, vendas começam a partir das 9h. A partir das 10h, os ingressos serão vendidos em pontos de venda conveniados e bilheterias oficiais.
A nona turnê de Madonna começa no dia 29 de maio em Tel Aviv. Depois segue para Abu Dabi, Istambul e Zagreb no dia 11 de junho. A cantora se apresentará no verão europeu em 26 cidades, indicou a produtora Live Nation. Ela fará apresentações em Barcelona, Londres, Berlim, Amsterdã, Moscou e Oslo (nesta cidade no dia 15 de agosto, véspera de seu 54º aniversário).

Madonna cantará na França no dia 14 de julho, no Stade de France, e no dia 21 de agosto em Nice (sul do país). A rainha do pop voltará depois para os Estados Unidos para iniciar pela Filadélfia shows em 26 cidades, viajando em seguida para a América do Sul e a Austrália. Serão ao todo 90 shows.
O novo disco de Madonna, intitulado "MDNA", foi lançado oficialmente no dia 26 de março e estreou em 1º nas paradas norte-americanas, à frente do novo trabalho de Lionel Richie. Mas depois de um lançamento promissor, o álbum protagonizou a maior queda de vendas de todos os tempos, segundo a revista "The Hollywood Reporter".
Na semana do lançamento, a última de março, o álbum vendeu 359 mil cópias, número que caiu para 46 mil na semana seguinte, registrando uma queda de 88%.
O título do álbum também provocou polêmica pelo trocadilho das inicias "MDNA", que poderiam aludir não somente ao nome da cantora, mas também à denominação em inglês do ecstasy (MDMA).

Por 'tranquilidade de Mano', Muricy sugere cargo para Parreira na CBF




A pressão exercida sobre Mano Menezes, técnico da Seleção Brasileira, seria menor caso Carlos Alberto Parreira, campeão do Mundo com o Brasil em 1994, estivesse na CBF. Esta é a opinião do técnico do Santos, Muricy Ramalho, que destaca a experiência do ex-treinador como fator fundamental para que Mano pudesse comandar a equipe com mais tranquilidade.
- O Parreira deveria estar lá, como conselheiro ou alguma coisa, porque ele conhece tudo daquilo. Tem bagagem, e a tranquilidade seria importante - avalia, em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Com exceção do momento em que Mano assumiu o cargo de técnico da Seleção, no meio de 2010, Muricy conta que não conversou mais com o treinador, mesmo considerando importante a aproximação dos técnicos. Apesar da falta de contato, o santista revelou que o auxiliar de Mano, Sidnei Lobo, vai passar alguns dias no CT Rei Pelé conversando e acompanhando os treinamentos do Peixe.
O comandante do Santos acredita que o volante Arouca vai ganhar uma chance na próxima convocação, para o amistoso contra a Dinamarca, no dia 26 de maio, em Hamburgo, na Alemanha.
- Acho que o Mano está ouvindo tudo o que está sendo dito sobre o Arouca, e tenho impressão de que ele dará uma oportunidade, deve trazer uma surpresa, porque ele é diferente. Tem de definir os volantes, porque são eles que saem para o jogo. Hoje, são os armadores dos times. O Paulinho é outro, um dos melhores do Brasil - analisou.
Muricy, por fim, voltou a falar do convite recebido para treinar a Seleção Brasileira em 2010, antes da contratação de Mano Menezes, quando à época treinava o Fluminense. O treinador se disse surpreso pela forma como o então mandatário da CBF, Ricardo Teixeira, lhe fez o convite, e garantiu não saber dos problemas entre ele e Roberto Horcades, ex-presidente do time carioca.
- Penso que deveria ser uma coisa diferente, pois ali estava sendo decidido o técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Deveria ser algo mais fechado. No papel, pensava que era assim, tanto que quando cheguei lá estranhei toda a imprensa. Não sabia do problema entre eles (Ricardo Teixeira e Horcades). Se tivessem me liberado (no Fluminense), eu teria aceitado o convite - explicou.
Assim como o elenco do Santos, Muricy volta ao trabalho nesta terça-feira, comandando treinamento às 10h, no CT Rei Pelé, depois da folga nesta segunda e da vitória por 5 a 0 sobre o Catanduvense, no domingo.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

'Axl Rose vai se arrepender de não ter ido a cerimônia do Hall Of Fame', diz Ron Wood a site




O guitarrista das bandas Faces e Rolling Stones, Ronnie Wood, disse ao site NME que Axl Rose ainda irá se arrepender de ter faltado na cerimônia de inclusão do Guns N' Roses no Rock And Roll Hall Of Fame no último sábado (14). 
A banda de Axl foi incluída no Hall Of Fame pelo Green Day em Cleveland, Ohio, mas Rose disse que não iria a cerimônia, pois não se sentia "querido e respeitado o bastante" pelos seus ex-colegas de banda. Quando Billie Armstrong, vocalista do Green Day, mencionou o nome de Axl Rose no evento, ouviram-se vaias.
 
Wood, que a fez parte da banda Faces que foi incluída nesta edição, argumentou que Rose devia ter encolhido seu orgulho e aparecido: "Um dia ele vai pensar, 'Eu deveria ter ido, deveria ter feito e esquecido as diferenças'".
 
O ex-baixista do Guns N' Roses, Duff McKagan, disse que não se importou que Rose não aparece e que não se sente culpado pelo vocalista ter deixado de ir no evento. 
 
Os membros da banda Slash, Duff McKagan, Steven Adler e Matt Sorum compareceram ao evento. Além do Faces e do Guns N' Roses, artistas como Red Hot Chili Peppers, Beastie Boys, a cantora falecida Laura Nyro e o cantor folk Donovan também serão homenageados este ano. 

Tite foge do favoritismo para novo duelo contra a Ponte Preta




Com apenas um titular, o Corinthians venceu a Ponte Preta por 2 a 1, domingo, em Campinas, pela última rodada da primeira fase do Campeonato Paulista. A Macaca é também a adversária do Timão nas quartas de final do estadual. Para o técnico Tite, a equipe precisa esquecer o triunfo do fim de semana para não cair na armadilha de se ver como favorita no duelo do próximo fim de semana - a FPF divulgará as datas e horários na terça-feira.
– Cada jogo tem uma característica diferente. Peço ao torcedor que não entenda que vai ser fácil porque ganhamos. Tem o nervosismo, a responsabilidade, são 90 minutos só. Não tem ida e volta. A Ponte Preta tem muita qualidade técnica. Temos muito respeito – afirmou.
Tite reconhece que o Corinthians chega como favorito para o duelo, mas já discursa com humildade. Após a vitória em Campinas, o treinador conversou com o grupo sobre a importância de manter o foco no próximo jogo contra o mesmo adversário. A Macaca acabou a fase de classificação na oitava posição.
– Os jogadores sabem o quanto é difícil. Favoritismo, todos os grandes têm. Favoritismo não ganha, não entra em campo – ressaltou.
Como terminou em primeiro lugar, o Corinthians leva para o mata-mata o direito de decidir em casa os confrontos únicos e também a decisão do título, em duas partidas. O treinador, porém, entende que a Macaca não é o adversário ideal para esta fase do campeonato.
– É uma vantagem pequena. Eu, como técnico, não gostaria de enfrentar a Ponte Preta pela organização e qualidade que tem. Mas eu também entendo que não se escolhe resultado. Fazemos o melhor possível para consolidar a equipe. São 90 minutos decisivos.


sexta-feira, 13 de abril de 2012

Bob Dylan deve tocar poucos clássicos em turnê pelo Brasil; saiba que músicas entram no show




Nada de “Hurricane”, “Masters of War”, “Blowin’ in the Wind”, “The Times They Are A-Changin’” ou “Mr. Tambourine Man”. Na turnê de Bob Dylan pelo Brasil, que tem início no próximo domingo (15), no Rio de Janeiro, os fãs brasileiros do cantor e compositor terão que se contentar com “All Along the Watchtower” (mais conhecida aqui na poderosa versão de Jimi Hendrix) e “Like a Rolling Stone”, a julgar pelos clássicos que tiveram presença garantida nas mais recentes apresentações do músico, em novembro, em Londres.
Mas, como é muito comum os artistas estrangeiros fazerem concessões por aqui, sempre resta uma esperança (o material de divulgação do show garante uma apresentação “repleta de clássicos”). Além do mais, fã é fã. E, afinal, trata-se de uma das maiores referências da música pop em todos os tempos.
Enquanto a discussão sobre os altos preços dos ingressos de shows internacionais no Rio volta à pauta do dia, os fãs de Bob Dylan na cidade menores de 60 anos e desprovidos de carteira de estudante raspam as economias para pagar R$ 500 (valor do ingresso mais barato sem meia-entrada) e ver de perto o ídolo mais uma vez. A última vez que o astro se apresentou na cidade foi em 2008.
Depois do show no Citibank Hall, no Rio, Bob Dylan toca no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília (dia 17); no Chevrolet Hall, em Belo Horizonte (19); no Credicard Hall, em São Paulo (21 e 22) e no Pepsi On Stage, em Porto Alegre (24). Daqui, o cantor segue para Argentina, Chile, Costa Rica e México, antes de voltar a se apresentar na Europa, em junho.
Nos últimos shows que Dylan fez no Velho Continente, nos dias 19, 20 e 21 de novembro, no HMV Hammersmith Apollo, em Londres, o que se viu foram apresentações com, em média, 15 canções cada (confira abaixo as músicas que tiveram presença certa nas últimas apresentações e outras que foram bastante executadas). Entre os clássicos “esquecidos” nos últimos shows, o que tem mais chance de ser tocado no Brasil é “Blowin’ in the Wind”, que fechou o show em Zurique, em 16 de novembro. A conferir. É pagar (caro) pra ver.
Considerado um dos maiores artistas pop de todos os tempos, Bob Dylan influenciou praticamente todas as grandes bandas de rock dos anos 60 e 70. Sua opção pela folk music e pelo violão forjou um estilo marcado por canções imensas e letras engajadas, que serviram de hinos para as contestações juvenis nos anos 60. Atualmente, aos 70 anos de idade, o cantor segue produzindo álbuns de inéditas e fazendo shows em todo o mundo.

Base dos últimos shows:
“Leopard-Skin Pill-Box Hat”
“Things Have Changed”
“Honest with Me”
“Thunder on the Mountain”
“All Along the Watchtower”
“Highway 61 Revisited”
“Ballad of a Thin Man”
“Like a Rolling Stone”

Músicas recorrentes nas últimas apresentações:
“It’s All Over Now”
“Baby Blue”
“Desolation Row”
“Man in the Long Black Coat”
“Spirit on the Water”
“The Levee’s Gonna Break”
“Mississippi”
“A Hard Rain’s A-Gonna Fall”
“Jolene”
BOB DYLAN NO RIO DE JANEIRO
Onde: Citibank Hall – RJ - Av. Ayrton Senna, 3000 - Shopping Via Parque - Barra da Tijuca
Quando: Domingo, 15 de abril de 2012, às 20h
Preços: Cadeira VIP (R$800, meia R$400), Cadeira Palco (R$700, meia R$350), Cadeira Especial (R$600, meia R$300), Cadeira Central (R$550, meia R$275), Cadeira Lateral (R$500, meia R$250), Camarote (R$800, meia R$400), Poltrona (R$550, meia R$275)

BOB DYLAN EM BRASÍLIA
Onde: Ginásio Nilson Nelson - Setor SRPN - Ginásio de Esportes Nilson Nelson – Asa Norte
Quando: Terça-feira, 17 de abril de 2012, às 21h30
Preços: Pista Premium (R$250), Pista (R$140) e Arquibancada (R$120)
BOB DYLAN EM BELO HORIZONTE
Onde: Chevrolet Hall – Av. Nossa Senhora do Carmo, 230 – Savassi – Belo Horizonte - MG
Quando: Quinta-feira, 19 de abril de 2012, às 21h
Preços: Pista primeiro lote (R$180, meia R$90), Pista segundo lote (R$200, meia R$100), Pista terceiro lote (R$220, meia R$110), Pista quarto lote (R$240, meia R$120)
BOB DYLAN EM SÃO PAULO
Onde: Credicard Hall - Av. das Nações Unidas, 17.981 - Santo Amaro – SP
Quando: Sábado e Domingo, 21 e 22 de abril de 2012. Sábado o show acontece às 22h e no domingo às 20h
Preços: Camarote 1 (R$900, meia R$450), Camarote 2 (R$800, meia R$400), Cadeira VIP (R$900, meia R$450), Cadeira 1 (R$750, meia R$375), Cadeira 2 (R$650, meia R$325), Poltrona 1 (R$550, meia R$275), Poltrona 2 (R$450, meia R$225), Plateia superior 1 (R$250, meia R$125), Plateia superior 2 (R$200, meia R$100), Plateia superior 3 (R$180, meia R$90), Visão parcial - plateia superior (R$150, meia R$75)
BOB DYLAN EM PORTO ALEGRE
Onde: Pepsi on Stage - Av. Severo Dulius, 1995 - Porto Alegre – RS
Quando: Terça-feira, 24 de abril de 2012, às 21h
Preço: Pista primeiro lote (R$140, meia R$70), Pista segundo lote (R$160, meia R$80), Mezanino (R$180, meia R$90).

Os ingressos podem ser comprados online pelo site da Tickets for Fun


Spider faz 37 anos, não pensa em parar e já preocupa os familiares




Maior lutador peso por peso do mundo, campeão dos médios do UFC, invicto há seis anos e ídolo no Brasil: Anderson Silva pode ser apontado como grande representante do sucesso do MMA no país. Neste sábado, o Spider comemora 37 anos com uma das carreiras mais vitoriosas do esporte, e não passa por sua cabeça um adeus antes dos 40. O próprio lutador já deixou claro que pretende continuar no octógono por, no mínimo, mais seis ou sete anos, para desespero de Dayane, sua esposa e companheira desde antes do sucesso.
- Não aguento mais dez anos (risos). Espero mesmo que ele pare no máximo em dois.
Nossa filha mais velha, Kaory, é a que ainda fica mais nervosa e vive pedindo: “Agora chega, pai” - contou a esposa do campeão.
Mas o pedido de Kaory terá mesmo que esperar. Além da vontade do atleta de se manter no octógono, um dos treinadores que acompanham a carreira de Anderson há mais de dez anos, Luiz Dórea, garante que o Spider se cuida como poucos, mantendo preparo físico semelhante ao de um jovem atleta, e por isso está apto para lutar em alto nível por muito tempo.
- Não tenho a menor dúvida. Ele tem uma técnica apurada, boa defesa e dificilmente se
machuca. Além disso, o Anderson se cuida demais. É um grande profissional, não vive na rua, não bebe absolutamente nada. Luta desde criança, tem um físico ótimo e um organismo de um atleta de 25, 26 anos. Pela saúde que tem, luta mais uns dez anos com tranquilidade - disse Dórea.
Atleta profissional há mais de 15 anos, Anderson Silva sempre demonstrou muita gratidão aos amigos Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro por tudo que conquistou no mundo das lutas. Há cerca de dez anos, o Spider esteve prestes a abandonar as competições e contou com o suporte dos irmãos Nogueira para continuar no esporte.
- Não digo salvadores, e sim incentivadores da carreira dele. Conhecíamos o Anderson
desde quando ele lutava no Pride, chegou um momento em que ele foi cortado do evento e ficou sem lutar, desanimado e desacreditado com o mundo da luta. Por várias vezes pensou em desistir, e nunca deixamos que ele parasse - lembrou Minotauro, que ressalta a importância do amigo no crescimento do MMA no Brasil.
- O Anderson chegou ao UFC num momento em que não tínhamos brasileiros se destacando, e ele abriu as portas de vez conquistando o cinturão da categoria dos médios e virando o fenômeno que ele é hoje - completou.
Quando ficou sem contrato com o Pride, Anderson Silva passou uma temporada em Salvador, onde disputou um torneio de boxe profissional organizado por Rodrigo Nogueira, o Minotauro Fight, em 2005. Na ocasião, Luiz Dórea foi apresentado ao ainda jovem Anderson e logo ficou impressionado com a facilidade e o talento do lutador.
- Eu o conheci por volta de 2002, quando o Minotauro me apresentou, dizendo que era um garoto com potencial e estava pensando em desistir. Então, eu o coloquei para estrear no boxe profissional, e foi incrível como ele aprendeu tudo aquilo rápido. Não era a área dele. Ele enfrentou, em 2005, um atleta forte e duro no Minotauro Fight e conseguiu nocautear. Sempre foi acima do normal - contou Dórea.
Perto de completar 37 anos, Anderson Silva coleciona momentos vitoriosos e alegrias. No entanto, para sua esposa, Dayane, a vitória sobre o compatriota Vitor Belfort, em fevereiro de 2011, teve um sabor especial na família Silva.
- Acompanho o Anderson desde o começo da carreira, em todos os momentos e bem antes disso tudo. O mais difícil foi a luta contra o Sonnen, em 2010. Eu sabia que ele estava machucado e só rezava para ele voltar inteiro. Mas o mais emocionante foi a vitória por nocaute sobre o Vitor Belfort - lembrou.
O próximo desafio de Anderson Silva será no dia 23 de junho, no Engenhão, quando defende novamente seu cinturão diante de seu arquirrival Chael Sonnen. Os dois já se enfrentaram em agosto de 2010, quando o Spider finalizou o americano após ser dominado nos cinco rounds.




quinta-feira, 12 de abril de 2012

Paul McCartney convida fãs brasileiros a irem a seu show em Florianópolis



O cantor Paul MacCartney fez um vídeo com sua banda convidando os brasileiros a irem ao show que ele fará em Florianópolis, no dia 25 de abril. Gravado durante uma passagem de som do músico na Inglaterra, ele convoca os público e dá uma canja ao final: "Olá, Brasil, obrigado... futebol... Venham para Floripa!", diz. Antes, ele fará apresentações nos dias 21 e 22 de abril em Recife.
PAUL MCCARTNEY EM RECIFE
Quando: 21 e 22 de abril
Onde: Estádio José do Rego Maciel (Arruda)
Quanto: R$ 600 (pista premium), R$ 260 (gramado), R$ 340 (cadeiras), R$ 180 (arquibancada superior). Há meia entrada
Ingressos: www.zetks.com.br

PAUL MCCARTNEY EM FLORIANÓPOLIS
Quando: 25 de abril
Onde: Estádio da Ressacada
Quanto: R$ 760 (gramado premium), R$ 350 (gramado), R$ 380 (cadeiras cobertas gold), R$ 280 (cadeiras descobertas). Há opção de meia-entrada, apenas para venda do público geral.
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A um jogo do adeus, Fernanda só pensa na volta à vida de mãe e esposa



O número 1 às costas remete ao início da carreira. Foi com ele que Fernanda Venturini começou sua caminhada na quadra. Ficou famosa com a 14, que no Rio de Janeiro já pertencia a Fabi, mas era com aquela camisa que queria terminar. E desta vez, garante, que sem chances de recaída. A hérnia, o joelho e as filhas falaram mais alto. Só aceitou passar pela dura rotina de treinos e viagens outra vez porque Bernardinho precisava de uma levantadora. Aceitou sair da tranquilidade da vida de ex-jogadora pelo marido. Aos 41 anos, venceu as dores com visitas semanais a um quiroprata, se adaptou a um jogo mais veloz, levou dificuldade aos times adversários mesmo treinando apenas 50% da carga. Neste sábado, às 10h, contra o Osasco, fará seu último jogo, num palco que considera perfeito. Quer que o adeus, o quarto, seja com um título. A galeria tem um lugar para o 13º. 
Ganhando ou perdendo, uma pessoa  estará esperando por ela com sorriso no rosto. A contragosto de Júlia, a mãe deixou a aposentadoria. Ela, que antes já se queixava da ausência do pai em seus eventos, também deixou de ver o rosto de Fernanda durante suas apresentações de jazz. Em algumas delas, outros integrantes da família foram escalados para representá-los. Mas, daqui para frente, tudo será como antes. A levantadora quer acompanhar Júlia e Vitória em suas atividades. Espera também que Bernardinho desacelere um pouco o ritmo após os Jogos de Londres. Já pediu que ele repense a carreira, que ache um meio termo entre o clube e a seleção, que tenha ao menos um mês de férias. Algo difícil para alguém que tem uma agenda onde é raro emendar um domingo e uma segunda de folga.
Ela ri, sabe que apesar de o marido querer fazer cursos nos EUA não consegue se ver longe da rotina intensa. Por ora, já conseguiu convencê-lo a ir pedalar no sul da França. A paixão de sair subindo morros de bicicleta nasceu no ano passado, com direito a promessa paga pelo sétimo troféu da Superliga. Na ocasião, saiu da porta de sua casa na Lagoa e pedalou até os pés do Cristo, no Corcovado. Não, ele não é religioso e afirma que nunca envolveu Deus nas disputas esportivas. Mas sempre aceitou de bom grado as orações de quem faz isso por ele. Essa parte cabe a esposa. Fernanda reza toda semana numa igreja em Ipanema pedindo por saúde, proteção e para livrá-lo do olho gordo. Diz que há muita gente querendo derrubar o marido. Na quadra, no jogo, o objetivo do Osasco vai ser esse. Bater o técnico sete vezes campeão e suas comandadas, na oitava decisão seguida entre as duas equipes. Porém, a tirar pelo brilho nos olhos da experiente e competitiva Fernanda, terão muito trabalho para isso.
- O Maracanãzinho é um palco perfeito, num dia 14, meu número de sorte. Agora é a gente entrar em quadra e jogar bem para ganhar - sorri.
Desta vez é a aposentadoria definitiva ou há chance de uma nova recaída?
É 200% definitiva!
Qual a diferença desta para as outras vezes que você voltou?
Só a idade mesmo. Nas outras vezes as dores no joelho não tinham aparecido ainda.
O que se aprende?
A respeitar o corpo. Não tenho mais 20 anos, a idade chega para todos. Por ter gastado tanto até os 35 anos tenho sequelas sérias que preciso respeitar. Meu quiroprata, que também é do COB e vai a Londres, cuidou de mim, colocou minha coluna no lugar. Tenho uma hérnia cervical séria. Toda semana ia lá, tinha horário fixo. Nesta quinta-feira, disse a ele que vai ser a última vez. Ele sempre me fala que não posso mais correr, que não posso me descuidar nem abusar.
É estranho voltar após três anos e meio e ver que, apesar das dores e de algumas limitações físicas, você ainda consegue fazer a diferença para um time?
É difícil fazer uma levantadora. Não é de um dia para o outro. Demora anos, uns 10 anos. Uma atacante você faz em um ano. Eu e Fofão ficamos muito tempo. Fabíola está se destacando com quase 30 anos. Demora mesmo a aparecer porque não tem uma quantidade grande. Eu, por ter sido uma das melhores, jogando 50% ainda sobressaio.
Nesta final, do outro lado da rede vai estar uma jogadora que teve de recomeçar várias vezes, não por desistir da aposentadoria, mas por conta de graves lesões. Como você vê essa trajetória de superação de Jaqueline?
É complicado. Uma torção no joelho foi uma coisa que nunca tive e sei que é coisa muito séria. Leva muito tempo para se recuperar. Um problema físico em qualquer esporte é o que prejudica um atleta. É preciso ter uma superação interior e ambição de jogar uma Olimpíada. Aquele que consegue não desistir está entre os mais fortes.
O que a sua personalidade forte ajudou e atrapalhou na carreira?
Eu sempre fui muito sincera, sempre muito de falar. As pessoas até me rotulam um pouco, falam que sou mascarada, "ela é metida". Mas as pessoas que me conhecem sabem que eu não sou. Sou, sim, muito direta. Ou eu gosto ou não gosto. Não tenho mais ou menos. Eu sempre fui de falar, posso ter errado, ter falado muito algumas vezes, mas nada que me deixou marcas.
Pelo que viu na Superliga, o que você espera da seleção feminina nas Olimpíadas?
Vai ser um campeonato bom, com grandes equipes. Já vi a convocação da Rússia para o Pré-Olímpico. Está voltando a Artamonova, que é da minha época. Só que ela é nova, tem 30 e pouquinhos anos, e vai vir com tudo. Estados Unidos com tudo e Brasil. Acho que são os três times. Mas tem aí a Turquia que está chegando. O Brasil tem que chegar bem, e as meninas precisam ter um tempo para se recuperar fisicamente. Elas chegaram do Japão e imediatamente entraram na Superliga. Acho que tinha que ter uns 10 dias pelo menos para elas descansarem para chegarem na seleção com o gás todo.
Quais são seus interesses, o que quer fazer quando voltar a ser ex-jogadora?
Muitas coisas. Quero levar minhas filhas para a aula de natação, tênis, ginástica e jazz. Quero que me vejam presente nas atividades. Quero entrar de cabeça nessa minha primeira franquia de academia. Estou pensando nisso desde o ano passado, mas tive que adiar. Fiz curso no Sebrae de administração para abrir uma empresa. Vira e mexe faço alguma coisa e agora vou fazer algumas outras para poder gerenciar a academia. Este ano vou viajar em maio, julho, setembro, dezembro. Em outubro também ouvi falar que Bernardo quer levar a mãe para Nova York. Vai ser um ano de acompanhá-lo. Está precisando de férias e vai tirar um mês depois de Londres. Há tantos anos ele não tem um mês de férias... Eu também quero viajar. Em julho, vou a Londres ver os Jogos Olímpicos e depois vou para o sul da França pedalar com o Bernardo. É, eu vou começar a pedalar agora, subir esses morros como ele faz (risos).
Que tipo de preocupações tem como mãe?
Sou uma mãe que exige muito da Júlia na escola. Ela tem 10 anos e já foi 12 vezes à Disney. A minha primeira vez lá foi quando eu tinha 15. Bernardo sempre fala que ela vive hoje uma realidade diferente da que nós tivemos na idade dela. Ela não pode achar que pode ter tudo o que quer porque hoje nós estamos muito bem, mas talvez amanhã não seja assim. Por isso, ela tem que estudar, aprender que as coisas não são tão fáceis e buscar ser ambiciosa na vida.
Acha que existe um olhar de cobrança maior sobre elas exatamente pelos pais serem tão vitoriosos em suas carreiras?
Acho que foi um pouco por isso que a Júlia não quis seguir no esporte. Mas pode ser que mude, porque o Bruno (levantador da seleção filho de Bernardinho e Vera Mossa) fez tanta coisa antes de optar pelo vôlei. A Vitória já mostra que quer alguma coisa no esporte. Ela é mais guerreira. A Júlia é uma sagitariana mais tranquila, não é competitiva como a irmã. Não vejo isso nela.
Estamos num ano olímpico, que costuma ser mais tenso para atletas e técnicos. Que tipo de contribuição você procura dar para que seu marido fique mais tranquilo?
São poucos meses, né? A Superliga tinha que ser menor para poder preparar melhor a seleção para as Olimpíadas, mas aqui no Brasil é sempre ao contrário. Enfim... A Itália agora está acabando o campeonato mais cedo, fez um outro formato para dar mais tempo para a seleção. Eu vejo a preocupação dele. Pede para eu para gravar todos esses jogos agora porque quer ver, fica na dúvida de quem convocar, faz reuniões constantes com a comissão técnica dele para ver a melhor programação, pensando no bem dos jogadores. Eu tenho que dar apoio, força e estimulá-lo porque são poucos meses. Agora vai ter uma semana de descanso e na outra segunda-feira se apresenta e o que eu posso ajudar é sempre que puder levar as meninas para ir lá acompanhar, quando ele está em casa levar ele para relaxar, vamos para o cinema. Domingo fomos ver aquele "Habemus Papam", muito legal. A gente sai para jantar e sei que tenho que dar tempo para ele pedalar, que é o que ele ama fazer. Graças a Deus ele achou assim uma paixão e agora faz aula de alongamento com Orlando Cani, está superalongado porque a família sempre foi muito dura. Está se cuidando porque estar com 52 anos não é mole. Ele está curtindo. Sábado, domingo, ficar três, quatro horas pedalando, uma loucura. Eu agora é que tenho que entrar no ritmo dele.
Uma vez você disse que Bernardinho só entrou numa igreja no dia do casamento. A parte da fé, das orações fica por sua conta?
Eu é que vou toda semana na igreja de Nossa Senhora da Paz, rezo. Ele disse que pedalou até a Igreja dos Milagres, não sei nem onde é, lá no alto. Perguntei se ele tinha entrando e disse que não, que ficou na frente (risos). O professor dele disse que ficaram rezando do lado de fora. Eu peço proteção porque tem muito olho gordo em cima, que Nossa Senhora! Tanta gente querendo derrubar ele dali. E a gente segue firme e forte trabalhando. Peço só saúde. Acho que não é preciso pedir mais nada.
Acha que falta muito tempo para ter seu marido só para você, sem ter que dividi-lo com tantas pessoas e viagens?
Ah, mas também não quero um marido só meu, não (risos). A vida inteira acostumei, acho que, se tiver um marido 24 horas, 365 dias, acho que não dá certo. Acho que tem que diminuir o ritmo ou no Rio de Janeiro ou na seleção. Em alguma coisa tem que arrumar um meio termo. Porque não dá para estar 365 dias no vôlei. É um estresse grande. E ele está querendo fazer uns cursos nos Estados Unidos, ficar um mês lá pelo menos. Então, ele agora viu que está na hora de repensar. Passando essa Olimpíada, alguma coisa vai acontecer. Ele não me fala, mas eu cobro dele isso.
Teme pela saúde dele quando fica tão nervoso à beira da quadra?
A gente faz exames direto. Nas miniférias, faz isso para tentar não correr tanto risco. Mas não tem jeito. Ele é nervoso. No feminino, acho que ele fica mais do que no masculino.
Qual foi o momento mais difícil que atravessaram juntos?
Acho que momento difícil é saúde. A Júlia nasceu com uma infecção urinária e com 10 dias de vida tinha febrão e a gente não sabia o que era. E o meu pediatra estava viajando. Aí fomos para outro que falou que era para internar. Eu também perdi meu pai cedo, com 17 anos, mas não conhecia o Bernardo ainda. São momentos assim os mais difíceis. Lógico que derrota é chato, fica triste. Mas o problema é saúde, perder alguém muito próximo.
A pedido de Bernardinho, você saiu da sua vida tranquila para voltar às quadras porque ele precisava de uma levantadora no time. O que agora você vai pedir para ele? 
(Risos) Já pedi que diminua o ritmo. Já senti, ouvi conversas dele aí, e vai fazer. É que ele gosta, é apaixonado pelo que faz e eu não posso privá-lo disso, contanto que tenha um mês de férias e que na época das férias das crianças possa ter uns 15 dias para a gente viajar. Acho que precisa estar com as filhas, porque fica muito ausente.