terça-feira, 31 de julho de 2012

Phelps entra para a história ao conquistar 19ª medalha olímpica





Entre as muitas mensagens que se acumularam em seu telefone celular pouco depois de ter conquistado os oito ouros nos Jogos de Pequim, estava a de Larissa Latynina. A ex-ginasta da antiga União Soviética ficou encantada com o feito, com a alegria de Michael Phelps e sua busca pela excelência. Durante anos, treinou mais do que todos. Na verdade, lá no começo, a ideia era só ganhar uma medalha olímpica. Acabou virando colecionador de várias. Em três Olimpíadas, acumulou 16. Mas havia fôlego para mais. Se subisse mais três vezes ao pódio poderia se despedir das piscinas com o mais nobre dos títulos na carreira: o de maior atleta olímpico da história. E ele veio com a cor que sempre foi sinônimo de Phelps. Nesta terça-feira, em Londres, com o ouro no 4x200m livre, o americano superou as 18 medalhas de Latynina. Soma até o momento 19.

Enquanto ele dava as últimas braçadas no revezamento, a mãe chorava na arquibancada. Estava feliz por ver o filho se superar na competição. Estava aliviada por vê-lo de novo com um sorriso no rosto. Aplaudido de pé pela arquibancada, cumprimentado por Ryan Lochte, Conor Dwyer e Ricky Berens ainda na borda da piscina, Phelps assistia a tudo debruçado na raia. Dizia estar feliz por ter conquistado o feito ao lado daqueles caras.
- Eu disse a eles para que abrissem uma boa vantagem (risos). E eles fizeram isso. Eu só precisaria segurar. Sou grato a eles por terem permitido que eu tivesse esse momento. Tem sido uma carreira incrível, mas ainda temos algumas provas a fazer aqui - disse.
Nas Olimpíadas em que mostrou não ser imbatível com antes, na qual sequer esteve entre os três melhores nos 400m medley e que ficou com duas pratas por perder o 4x100m livre e os 200m borboleta na batida de mão, Phelps foi reverenciado como merece. Mas parece não gostar de ser chamado de herói.
Foi assim em 2008. Ouviu de tudo um pouco. Que era um E.T, que anjos ou algo parecido deviam acompanhá-lo, que era um fenômeno. Não se via dessa maneira. Para ele, herói mesmo era um menino de 7 anos, que prometia ser um bom nadador, e que de um dia para o outro foi diagnosticado com um tumor cerebral. Passou por cirurgias e pediu para conhecer Michael Phelps. Ele foi visitá-lo. Foram cinco anos de luta, mas ele não resistiu. Phelps prometeu ganhar uma medalha de ouro para ele naqueles Jogos. Pela coragem e pela inspiração. Disse que devia ao pequeno Stevie o seu melhor esforço nas Olimpíadas. Lá, superou as sete medalhas douradas de Mark Spitz, façanha alcançada em Munique-72. Levou oito para casa.
Depois de voltar de Pequim, a mãe, Debbie, foi abordada por um segurança depois de ter dificuldades para estacionar o carro numa loja de roupas. Ele puxou papo. Num lampejo, a reconheceu. Perguntou se ela era a mãe das sete medalhas. Ela olhou para ele e respondeu: oito! A história é uma das preferidas de Phelps. Basta saber o que Debbie irá falar a partir de agora, com um filho que é nada mais nada menos do que o maior atleta olímpico de todos os tempos.
Nascido em Baltimore (estado de Maryland), em 30 de junho de 1985, Michael Fred Phelps II estreou numa competição olímpica em 2000, na cidade de Sydney, quando obteve o quinto lugar na final dos 200m borboleta, sua especialidade. Quatro anos depois, em Atenas, ele conquistou oito medalhas, sendo seis de ouro e duas de bronze. Mas foi em Pequim que ele escreveu pela primeira vez seu nome na história, ao superar as sete medalhas de ouro conquistadas também na natação por seu compatriota Mark Spitz nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972.



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